História do Celular

No início dos anos 90, já havia sido descoberto o rádio e as formas de propagação das ondas. Esta era uma forma de comunicação bastante utilizada, principalmente em guerras, porém não muito segura e funcional, o que permitia facilmente o desvio das informações.
Por incrível que pareça, a mãe do celular foi uma atriz de Hollywood: a austríaca Hedwig Kiesler (mas conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), a qual estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).
Ela, uma mulher bastante inteligente e casada com um austríaco nazista fabricante de armas, mudou-se para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. No país, Kiesler ficou sabendo que alguns torpedos teleguiados da Marinha Americana haviam sido interceptados por inimigos.
Refletindo sobre tal fato, a mesma se empenhou na criação de um sistema em que duas pessoas se comunicassem mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Essa foi a primeira concepção do celular, patenteada em 1940.
Contudo, o primeiro celular só foi criado no dia 16 de outubro de 1956, pela empresa americana Ericsson. O mesmo chamava-se sistema automático de telefonia móvel ou MTA e pesava cerca de 40 kg, bem diferente de celulares de hoje em dia que chegam a pesar apenas 75 gramas, como o N345 Light da Samsung, por exemplo. Segundo estatísticas, cerca de 1,74 bilhão de pessoas em todo o mundo usa telefones celulares.

Telefone celular (português brasileiro) ou telemóvel (português europeu) é um aparelho de comunicação por ondas electromagnéticas que permite a transmissão bidireccional de voz e dados utilizáveis em uma área geográfica que se encontra dividida em células (de onde provém a nomenclatura celular), cada uma delas servida por um transmissor/receptor. A invenção do telefone celular ocorreu em 1947 pelo laboratório Bell, nos EUA.[1]
Há diferentes tecnologias para a difusão das ondas eletromagnéticas nos telefones móveis, baseadas na compressão das informações ou na sua distribuição: na primeira geração (1G) (a analógica, desenvolvida no início dos anos 1980), com os sistemas NMT e AMPS; na segunda geração (2G) (digital, desenvolvida no final dos anos 1980 e início dos anos 1990): GSM, CDMA e TDMA; na segunda geração e meia (2,5G) (uma evolução à 2G, com melhorias significativas em capacidade de transmissão de dados e na adoção da tecnologia de pacotes e não mais comutação de circuitos), presente nas tecnologias GPRS, EDGE, HSCSD e 1xRTT; na terceira geração (3G) (digital, com mais recursos, em desenvolvimento desde o final dos anos 1990), como UMTS e EVDO; na terceira geração e meia (3,5G), como HSDPA, HSPA e HSUPA. Já em desenvolvimento a 4G (quarta geração).
Aparelhos análogos baseados no rádio já eram utilizados pelos autoridades policiais de Chicago na década de trinta, entre outras tecnologias.

A designação

Motorola DynaTAC 8000X AMPS. Um telefone celular de 1983.
Telefone celular, ou simplesmente "celular" (plural celulares), é a designação utilizada no Brasil. Este termo deriva da topologia de uma rede de telefonia móvel: cada célula é o raio de acção de cada uma das estações base (antenas de emissão/recepção) do sistema, e o fato de elas estarem contíguas faz com que a representação da rede se assemelhe a uma colmeia.
Em Portugal, estes equipamentos são designados por "telemóvel" (plural telemóveis), uma simplificação de "telefone móvel". Este termo apareceu quando o sistema de telefonia móvel apareceu em Portugal em finais dos anos 1980 pela mão dos CTT/TLP (operador único de telecomunicações, na altura), que baptizaram este serviço (assente na tecnologia analógica AMPS) de "Serviço Telemóvel". O termo ganhou popularidade quando a segunda geração apareceu em Portugal em 1992: isto porque os CTT/TLP decidiram autonomizar os serviços de telefonia móvel criando a TMN - Telecomunicações Móveis Nacionais S.A., que iria utilizar e o termo "telemóvel" para designar os equipamentos e não o serviço.


História do telefone celular


Primórdios

Martin Cooper e um Motorola DynaTAC 8000X em 2007.
Heinrich Hertz, em 1888, foi pioneiro na transmissão de códigos pelo ar. A descoberta tornou-se indefectível à idealização de rádio-transmissores. Além disso, proporcionou a primeira ligação por telefonia entre continentes, ocorrida no ano de 1914.
A comunicação móvel era conhecida desde o começo do século XX. Desenvolvido inicialmente pela atriz hollywoodiana Hedwig Kiesler (Hedy Lamaar) e patenteado em 1940, o celular surge como um sistema de comunicação à distância que mudasse sempre de canal para que as frequências não fossem interceptadas. No ano de 1947, começou-se o desenvolvimento no laboratório Bell, nos EUA. No laboratório Bell, foi desenvolvido um sistema telefônico de alta capacidade inteligado por diversas antenas, sendo que, cada antena, era considerada uma célula. Por isso o nome de "celular".
O primeiro celular foi desenvolvido pela Ericsson, em 1956, denominado Ericsson MTA ( Mobilie Telephony A ) Ericsson MTA, pesava cerca de 40 kilos e foi desenvolvido para ser instalado em porta malas de carros. A empresa americana Motorola passou a desenvolver seu modelo de celular e no dia 3 de abril de 1973, em Nova York, apresentou o modelo Motorola Dynatac 8000X. Usando esse modelo ocorreu a histórica primeira ligação de um aparelho celular, realizada por Martin Cooper, diretor de sistemas de operações da empresa Motorola. O aparelho, muito prosaíco, tinha 25 cm de comprimento e 7 cm de largura, além de pesar cerca de 1 quilo.
Em 1979, no Japão e na Suécia a telefonia celular entrou em operação e em 1983 começou nos Estados Unidos.

No mundo

Em 1989, existiam 4 milhões de assinantes do serviço móvel em todo o mundo. Em 2009 são 4600 milhões, a caminho de 6000 milhões antecipados para 2013.A União Internacional de Telecomunicações considera que "O telemóvel foi a tecnologia mais rapidamente adoptada de sempre".

Em Portugal

Em 1989 foi lançado o serviço móvel terrestre em Portugal, pelo consórcio CTT e TLP, mais tarde TMN.
Em 1992, surgiu a Telecel (depois adquirida pela Vodafone) e, em 1998, a Optimus.

No Brasil

No Brasil, o primeiro celular foi lançado em 1990, no Rio de Janeiro e, em seguida, em Uberlândia. Foi lançado no Rio de Janeiro em um dia e no dia seguinte em Uberlândia, Minas Gerais.

Avanços

Os assinantes pagavam 20 mil dólares para possuir um sistema de telefonia deste tipo. Nas décadas de 70 e 80, países como Japão e Suécia efetivaram técnologias próprias. Já no final da década de 1980, a tecnologia estava desenvolvida em quase todos os países. A revolução propiciada pelo celular iniciou também o seu processo de digitalização.

No Brasil
O primeiro celular lançado no Brasil foi pela TELERJ, na cidade do Rio de Janeiro em 1990, seguida da cidade de Salvador.[1]
Segundo a União Internacional das Telecomunicações, o Brasil é sexto maior mercado do mundo em telefonia celular e atualmente, são 175 milhões de aparelhos em uso no Brasil [2]
Veja na tabela abaixo o número de adesões de 2000 a 2009:

AnoDe janeiro a fevereiroDe janeiro a dezembro
20001.038.1438.155.473
2001804.7645.557.598
2002476.5466.135.195
2003767.97711.492.302
20041.492.32719.232.311
20051.807.45320.604.759
20061.854.98213.708.285
20071.268.08821.061.482
20083.142.37629.661.300
20091.723.583-

[editar] Em Portugal

Em Portugal, a taxa de penetração dos telemóveis já ultrapassou os 100%, ou seja, existem mais equipamentos que habitantes portugueses. Devido a estes números, os operadores tentam fidelizar os seus clientes através de novos serviços, sobretudo de comunicação de dados, com destaque para o acesso móvel à Internet através de tecnologias de terceira geração (ex: UMTS, HSDPA).

[editar] Utilidade

O celular/telemóvel que quando lançado ainda na tecnologia analógica era somente usado para falar, já é usado para enviar SMS, tirar fotos, filmar, despertar, gravar lembretes, jogar e ouvir músicas, mas não para por aí, nos últimos anos, principalmente no Japão e na Europa, tem ganhado recursos surpreendentes até então não disponíveis para aparelhos portáteis, como GPS, videoconferências e instalação de programas variados, que vão desde ler e-book a usar remotamente um computador qualquer, quando devidamente configurado.

[editar] Personalização


Uma estação radio base (ERB) de telefonia celular
Juntamente com tecnologia digital, chegou além de qualidade e segurança, a possibilidade de personalizar os celulares/telemóveis. Inicialmente podia-se configurar o toque monofônico, os quais são formados apenas por bip de mesmo tom, configurados para ter o ritmo da música, e também as figuras monocromáticas que são quase desconhecidas. Com a nova geração de aparelhos, principalmente nos lançamentos do sistema GSM, veio então além de toques polifônicos e em formato MP3 juntamente com imagens coloridas.
As imagens coloridas podem ser de dois tipos distintos:
  • Formato GIF; trate-se de um formato que só suporta 256 cores, nos aparelhos pioneiros, normalmente era usado esse formato.
  • Formato JPG; formato amplamente difundiu graças as câmeras digitais este suporta até 16 milhões de cores e é usado em aparelhos mais avançados, e praticamente todos que possuem câmeras digitais integradas ao celular.
Para personalizar o seu celular procure o portal da operadora na internet ou pelo próprio aparelho via WAP, porem lembre-se que WAP é cobrado mesmo para escolher o toque ou a imagem. Há também sites que distribuem gratuitamente conteúdo para aparelhos diversos, o qual fica mais barato ao usuário final já que não são protegidos por direitos autorias.

[editar] Novos Modelos


Modelo Siemens S65 com câmera.
[1]|Exemplo de um Smartphone|thumb|150px]] Os celulares/telemóveis agregaram, ao redor do tempo, muitos recursos, tais como câmera, rádio FM e leitor MP3.[3] Alguns telefones, inclusive, têm um computador de mão Palm ou PocketPC integrado - são os chamados smartphones (do inglês "smart", inteligente, "phone", telefone).
Sua principal característica é a possibilidade de instalar programas que utilizam os recursos disponíveis no aparelho. Alguns exemplos são dicionários, tradutores, jogos e clientes de e-mail. Os sistemas operativos mais utilizados são o Symbian e o Windows Mobile, tendo o Linux crescido também de forma exponencial.
Com as novas tecnologias de terceira geração (3G), que oferecem dados em alta velocidade, é possível realizar chamadas de vídeo-conferência em tempo real, com a ajuda de novos equipamentos com câmera frontal, próxima ao visor.
A maioria dos novos modelos possui alguma forma de conexão com outros telefones - IrDA (infravermelho) ou Bluetooth. Essas tecnologias servem, principalmente, para envio de dados entre telefones.
Nos dias de hoje o celular já não é mais um simples telefone de bolso. Câmeras que possuem 12.1Mpx já foram lançados na Europa, no Brasil encontramos de até 8.1Mpx, resoluções maiores que muitas câmeras digitais. A internet já pode ser acessa via Wi-Fi e banda larga 3G e 4G no Japão. Jogos com gráficos que se comparam ao videogame PSP com qualidade 3D. Telas que, em 2003, tinham 4 mil cores, agora possuem mais de 16 milhões. As polegadas também cresceram. Hoje os celulares tem telas com até 4 polegadas sensíveis ao toque. Em poucos anos o celular será a nossa "Central de Entretenimento".

[editar] Clonagem

A clonagem de celulares é um problema que aflige muitos dos usuários da telefonia móvel. Acontece quando um criminoso usa uma linha de um cliente de alguma operadora para fazer ou receber ligações. Além de perder sua privacidade, o usuário recebe uma conta telefônica bem mais alta do que o devido, devido ao uso clonado de seu número em algum outro aparelho. Também passa a receber ligações de pessoas estranhas. A clonagem é usada no Brasil por quadrilhas de crime organizado para se comunicar, burlando a vigilância da polícia.
Estão vulneráveis à clonagem os telefones que entram em áreas onde o sinal é analógico, e por isso, os telefones de operadoras GSM, tais como a TIM, a Oi ou os novos aparelhos da Claro e mais recentemente Vivo são considerados mais seguros. Estão expostos à clonagem os celulares CDMA, como os da Vivo, que operam em sistema analógico em boa parte do país. Também estão vulneráveis os aparelhos TDMA, da antiga BCP, que foi incorporada pela Claro.
Quem tem aparelhos CDMA ou TDMA pode reduzir os riscos da clonagem evitando ligar o telefone nas proximidades de aeroportos ou em locais em que o sinal para o seu aparelho não é digital. Também é possível configurar alguns modelos CDMA para usarem somente o sistema digital.
Com um scanner de frequência ou um receptor de rádio de alta frequência, o criminoso consegue identificar o número da linha e o número de série do aparelho, usando-os no clone. Os aeroportos são lugares visados para este tipo de atuação por criminosos por serem locais de grande movimentação de executivos. Nestas zonas as quadrilhas instalam suas vans com antenas clandestinas para captar os códigos emitidos pelos celulares dos viajantes. Um técnico em celulares inescrupuloso ou qualquer pessoa com conhecimentos de programação de celulares também tem acesso a esses números ao manipular o aparelho.

[editar] Saúde

Atualmente não há nenhum estudo que apresente provas concretas que indiquem que os telemóveis acarretam riscos para a saúde. Os aparelhos celulares, assim como outros dispositivos eletrônicos como rádio, televisão, alguns controles remotos, redes sem fio de computadores, etc utilizam ondas eletromagnéticas de rádio frequência (RF) para comunicação. Essas ondas eletromagnéticas são consideradas como radiações não ionizantes, ou seja, consideradas seguras nas potências utilizadas nos dispositivos celulares cujo funcionamente atende às recomendações da International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP) provisoriamente adotadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)[4]. Diversos estudos têm sido conduzidos para se determinar possíveis riscos de longo prazo à saúde humana pelo uso aparelhos celulares: a Organização Mundial da Saúde divulgou resultados preliminares de um estudo que sugere que o uso de aparelhos celulares pode estar relacionado a uma predisposição maior a diversos tipos de cânceres[5][6]; em contrapartida um estudo realizado com base nos dados colhidos nos últimos 30 anos abrangendo praticamente todos os habitantes da Escandinávia descarta a ligação de cânceres cerebrais ao uso de celulares[7]. A parte da divergência entre os estudos sobre os riscos à saúde do uso de celulares muitos especialistas e entidades de saúde oficiais têm recomendado a utilização limitada destes dispositivos assim como ao recurso do sistema de mãos-livres. Existe, contudo, um grande consenso sobre os riscos de acidentes provocados pelo uso de celulares: o uso desses dispositivos ao se dirigir um veículo automotor ou mesmo ao se caminhar aumentam significativamente o risco de acidentes através da distração provocada ao se conversar através do celular.

Com 150 milhões de unidades, celular é aparelho doméstico mais vendido.
Conhecido como telefone móvel, primeiro aparelho chegou nos anos 90.

O Brasil atingiu esta semana uma marca difícil de imaginar quando os primeiros aparelhos chegaram ao mercado: são 150 milhões de celulares em ação.

Hoje eles já aparecem no museu. Mas foi só no início da década de 90 que o celular chegou ao Brasil. O engenheiro Noel de Almeida comprou um dos primeiros e, por isso, apareceu em reportagem da época no Jornal Nacional.

"Pela manhã a gente fica preso no trânsito e já começa desde logo a funcionar", disse ele, na época.

Hoje ele diz que não fala mais ao volante, porque ficou proibido. Outras coisas também mudaram muito de lá pra cá. “Era um tijolão. Hoje você tem telefones que são verdadeiros computadores, né?”, lembra ele.

Das primeiras reportagens do novo aparelho telefônico para agora quanta diferença. Até o nome mudou. No início era chamado de telefone móvel, portátil, porque ninguém sabia o significado de celular.

O novo aparelho portátil apresentado como sendo da última geração agora é peça de museu. E eram apenas 200 felizardos que tinham. Hoje, pelo último, levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações, praticamente todo brasileiro com mais de dez anos de idade já tem um celular.

Já são mais de 152 milhões celulares em uso, sendo a grande maioria, 82%, pré-pagos e 18% de conta. O celular já é disparado o aparelho doméstico mais vendido no Brasil. Ele virou item quase obrigatório pra todo mundo, independentemente da idade.

A aposentada Terezinha, de 80 anos, viveu muitos anos sem celular. Hoje não abre mão. Tem dois. O difícil é achar na bolsa. “Bolsa de mulher, eu vou te contar”, brinca ela.

Alexander Graham Bell nasceu no dia 3 de março de 1847, em Edimburgo, na Escócia. Era o segundo dos três filhos do casal Alexander Melville Bell e Eliza Grace Symonds. Sua família tinha tradição e renome como especialista na correção da fala e no treinamento de portadores de deficiência auditiva.
O avô , Alexander Bell, foi sapateiro em St. Andrews, na Escócia e, enquanto consertava sapatos, recitava Shakespeare.
Ser ou não ser? Eis a questão.
Fazia isso com tanta freqüência que, aos poucos, admirado com a própria voz, passou a se dedicar à melhoria da dicção com o valor exato para cada palavra.
Abandonou o ofício de sapateiro e seguiu o caminho do teatro, porém, alguns anos no palco foram suficientes para que descobrisse outra profissão; tornou-se professor de elocução e dava conferências dramáticas sobre Shakespeare, desenvolvendo boa prática no tratamento dos defeitos da fala, especializando-se em foniatria .
O pai , Alexander Melville Bell, passou a se interessar, não só pelo som das palavras, como também pelas causas desse som. Estudou anatomia - laringe, cordas vocais, boca, etc criando o que chamava de " fala visível ". É autor do livro "Dicção ou Elocução Padrão".
Bell, seu pai e seu avô tinham o mesmo prenome - Alexander. Até os 11 anos, se chamava simplesmente Alexander Bell, até que um dia na escola, a professora sugeriu que adotasse mais um nome para diferenciar-se do avô. Depois de consultar os familiares, optou por Graham, em homenagem a um grande amigo de seu pai.
Aos 14 anos, ele e seus irmãos construíram uma curiosa reprodução do aparelho fonador . Numa caveira montaram um tubo com "cordas vocálicas", palato, língua, dentes e lábios, e com um fole , sopravam a traquéia, fazendo a caveira balbuciar "ma-ma", imitando uma criança chorona.
Alexander Graham Bell cresceu assim, em um ambiente rico de estudo da voz e dos sons, o que certamente influenciou no seu interesse nesse campo, além de ter a mãe que, muito jovem, ficou surda.
Estudou na Universidade de Edimburgo, onde começou a fazer experimentos sobre pronúncia . Certo dia, um amigo de seu pai falou sobre a obra de um certo cientista alemão chamado Hermann von Helmholtz , que havia investigado a natureza física dos sons e da voz. Excitado com a novidade, apressou-se em conseguir uma cópia do livro. Só havia um problema: o livro estava escrito em alemão, língua que não entendia. Além disso, trazia muitas equações e conceitos de física, inclusive relativos à eletricidade, área que tampouco dominava.
Apesar de todas as dificuldades, Bell teve a impressão de que (por meio de alguns desenhos do livro), Helmholtz tinha conseguido enviar sons articulados , como vogais, através de fios utilizando eletricidade. Na verdade, o que Helmholtz estava tentando fazer era sintetizar sons parecidos com a voz, utilizando aparelhos e não transmití-los à distância. Ao contrário do que vocês podem estar pensando, foi exatamente esse engano que fez com que Bell começasse a pensar sobre os modos de enviar a voz à distância por meios elétricos.
Em 1868, em Londres, tornou-se assistente do pai, assumindo seu cargo em tempo integral quando este tinha de viajar aos Estados Unidos para dar cursos.
Nessa época, seus dois irmãos, o mais velho e o caçula, com intervalo de um ano, morreram de tuberculose . As dificuldades econômicas aumentaram e a ameaça da doença, também encontrada em Bell, levou o pai a abandonar a carreira em Londres, em seu melhor momento e, em agosto de 1870, mudar-se com a família para o Canadá.
Compraram uma casa em Tutelo Heights, perto de Brantford, província de Ontário, que era conhecida como " Casa Melville " e que hoje é conservada como relíquia histórica com o nome de "solar dos Bell".
O pai de Bell era famoso e foi muito bem recebido no Canadá. Em 1871, recebeu o convite para treinar professores de uma escola de surdos em Boston, nos Estados Unidos, porém, preferindo continuar no Canadá, mandou o filho em seu lugar. Bell passou a ensinar o método de pronúncia desenvolvido por seu pai, treinando professores em muitas cidades além de Boston, pois, nessa época, antes da descoberta dos antibióticos, a surdez era muito mais comum, podendo surgir como resultado de muitas doenças.
Em 1872, abriu sua própria escola para surdos (onde depois conheceu D. Pedro II, em 1876). No ano seguinte, em 1873 tornou-se professor da Universidade de Boston, época em que começa a se interessar por telegrafia e estudar modos de transmitir sons utilizando a eletricidade.
Por meio de seu trabalho como professor de surdos, A. Graham Bell - como assinava e gostava de ser chamado - conheceu pessoas influentes que, depois, ajudaram-no muito. Um deles foi Thomas Sanders, um rico comerciante de couro que morava em Salem, próximo a Boston, cujo filho - George - foi aluno de Bell. O menino mostrou progressos tão rápidos que Sanders, agradecido, convidou Bell a morar em sua casa. Outra pessoa importante foi Gardiner Greene Hubbard, um advogado e empresário bem-sucedido, que viria a ser seu sogro em 1875.
Em 1898, Bell substituiu o sogro na presidência da National Geographic Society, transformou o velho boletim da entidade na belíssima National Geographic Magazine, semelhante à que temos hoje.
Alexander Graham Bell morreu em sua casa de Baddeck, no Canadá, no dia 2 de agosto de 1922, aos 75 anos.
Muitos conhecem Bell como o inventor do telefone, muito embora hoje já se reconheça que o verdadeiro inventor foi o italiano Antonio Meucci , mas poucos sabem de seus outros feitos.

Nascido em Florença em 1808, Antonio Meucci, foi para Cuba, perseguido por suas idéias liberais e lá viveu por algum tempo. Segundo ele, na época em que vivia em Havana, observou, por acaso, que a voz de uma pessoa podia ser transmitida por um sistema elétrico e, desde então, pôs-se a investigar o fenômeno. Pouco tempo depois, em Nova York - Estados Unidos - desenvolveu um tipo de telefone elétrico, por meio do qual conseguiu estabelecer uma comunicação entre o quarto de sua esposa (que estava doente) e seu laboratório.
Isso significa que, entre 1854 e 55 já havia um aparelho transmissor da voz humana à distância que funcionava regularmente. Em 1857 Meucci construiu um instrumento eletromagnético que seguia o mesmo princípio empregado, anos depois, por Graham Bell.

O invento de Meucci foi noticiado em 1861 no jornal "L'Eco d'Italia", publicado por italianos em Nova York. Noticiou também, em 1865, seus primeiros experimentos e, por fim, no dia 28 de dezembro de 1871 entrou com uma solicitação preliminar de patente ("caveat") de um "teletrofone" - aparelho de transmissão da voz à distância por meio da eletricidade, - não renovando este pedido em 1874 por não ter tido condições financeiras.

Depois que o telefone de Graham Bell se tornou famoso, Antonio Meucci tentou provar que havia inventado o mesmo aparelho anos antes, apresentando documentos e testemunhas. Em 1887 o Governo Americano entra com pedido de anulação da patente de Bell. No entanto, dois anos depois Meucci morre e como a patente de Bell expiraria somente em 1893 o processo foi arquivado.
Na Itália, Meucci é considerado o verdadeiro inventor do telefone, e em 2002, finalmente o Congresso Americano, através da resolução 269 , também reconhece Antonio Meucci como o verdadeiro inventor do telefone.
No entanto, a bem da verdade, Meucci só teve a quantia suficiente para manter a patente por três anos de um protótipo rudimentar do telefone, isto cinco anos antes da patente de Bell, e ao não renová-la deixou o caminho livre.
Bibliografia - LA PEÑA, José de - Historias de las telecomunicaciones. Cuando todo empezó. Ed. Ariel, 1ª e 2ª ed, 2003, Espanha
- MARTINS, Roberto - A Fundamentação da Telefonia através da História - Parte 1: Da Invenção ao Início do Século XX (pesquisa realizada para a Fundação Telefônica, em 2002)
- Resolução 269, do Congresso dos Estados Unidos

Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em Mimoso, perto de Cuiabá, Mato Grosso, a 5 de maio de 1865 (doze dias antes da fundação da União Telegráfica Internacional, hoje União Internacional de Telecomunicações). Aos 90 anos, no dia de seu aniversário, foi promovido ao posto de Marechal, por indicação unânime do Congresso Nacional. Em 26 de abril de 1963, foi escolhido Patrono do Serviço de Comunicações do Exército Brasileiro e, por decisão do Ministério das Comunicações, patrono de todo o setor no País.
Descendente de índios terena, bororo e guaná, Rondon foi um defensor dos indígenas brasileiros. "Morrer, se preciso for. Matar nunca" - esse era o lema do brasileiro que ganhou maior projeção e reconhecimento internacionais por sua vida, inteiramente dedicada à exploração pacífica, humanitária e civilizadora dos trópicos.
O Marechal Rondon chefiou diversas missões demarcatórias de fronteiras e percorreu mais de 100 mil quilômetros de sertões, por rios, picadas na floresta, caminhos toscos ou estradas primitivas. Descobriu serras, planaltos, montanhas e rios, elaborando as primeiras cartas geográficas de cerca de 500 mil quilômetros quadrados até então totalmente desconhecidos dos registros nacionais.
Essa área equivale ao dobro da do Estado de São Paulo (ou o equivalente à França). Organizador e diretor do Serviço de Proteção ao Índio (antigo SPI, hoje FUNAI - Fundação Nacional do Índio), Rondon não permitia que se cometesse qualquer tipo de violência ou injustiça contra os mais legítimos donos das terras descobertas por Cabral. São suas as seguintes palavras:
"Os índios do Brasil, arrancados à voraz exploração dos impiedosos seringueiros, amparados pelo Serviço (SPI) em seu próprio habitat, não ficarão em reduções, nem em aldeamentos adrede preparados. Assistidos e protegidos pelo governo republicano, respeitados em sua liberdade e independência, nas suas instituições sociais e religiosas, civilizar-se-ão espontaneamente, evolutivamente, mediante a educação prática que por imitação receberem."
Em 1912, foi promovido ao posto de Coronel, depois de ter pacificado os índios Kaingangue e os Nhambiquara. O Congresso Universal das Raças, bem como o 18º Congresso Internacional de Americanistas, reunidos em Londres, e a Comissão Parlamentar de Inquérito instituída para apurar as atrocidades praticadas contra os índios peruanos do Potumaio apelaram para os países que contam com populações indígenas em seus territórios, concitando-os a adotarem os métodos protecionistas seguidos pelo Brasil, por iniciativa de Rondon.
Em 1913, ganhou a Medalha de Ouro, "por 30 anos de bons serviços" prestados ao Exército e ao Brasil. Acompanhou o ex-presidente Theodore Roosevelt numa expedição de mais de 3 mil quilômetros pelos sertões de Mato Grosso e Amazonas. No ano seguinte, a Sociedade Geográfica de Nova York conferiu a Rondon o Prêmio Livingstone, medalha de ouro, por suas contribuições ao conhecimento geográfico. A mesma Sociedade Geográfica de Nova York determinou a inclusão do nome de Rondon, em placa de ouro, ao lado de outros grandes descobridores e exploradores da Terra: Pearry (descobridor do Pólo Norte), Amundsen (descobridor do Pólo Sul), Charcot (explorador das terras árticas), Byrd (explorador das terras antárticas) e, por fim, Rondon, como o maior estudioso e explorador das terras tropicais.
Condecorado e premiado por governos estrangeiros e dezenas de entidades internacionais representativas das Ciências e da Paz, Rondon se tornou uma dessas raras figuras que, em vida, atinge o mais elevado grau de nível de respeito e prestígio por sua obra gigantesca. Mas por que, perguntaríamos, ele se tornou o Patrono das Comunicações?
De 1890 a 1916, Rondon participou das Comissões de Construções de Linhas Telegráficas do Estado de Mato Grosso, que interligaram as linhas existentes do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Triângulo Mineiro à Amazônia (Santo Antônio do Madeira), ou seja, o primeiro esforço de grandes proporções para a integração nacional pelas comunicações. É o próprio Rondon quem escreveu, em seu estudo "Índios do Brasil", edição do Ministério da Agricultura, Conselho Nacional de Proteção aos Índios, publicação nº 98, volume II, página 3:
"Ao terminarem os trabalhos desta última comissão (1916), havíamos dotado Mato Grosso de 4.502,5 quilômetros de linhas telegráficas (...) "
Só no período 1907/1909, Rondon percorreu 5.666 quilômetros, no trabalho conjunto de construção de linhas telegráficas e de levantamento carto-geográfico da região que forma o atual Estado de Rondônia (nome dado em sua homenagem por sugestão de Roquete-Pinto), numa área de mais de 50 mil quilômetros quadrados, cruzando rios, picadas, serras, chapadas, trilhas e estradas só transitáveis por carros-de-boi. Os índios apelidaram as linhas telegráficas de "língua do Mariano" (Cândido Mariano da Silva Rondon), que as designava pela expressão "sondas do progresso".
O escritor Roquete-Pinto dizia que o Marechal era "o ideal feito Homem". O presidente Theodore Roosevelt afirmava que Rondon, "como homem, tem todas as virtudes de um sacerdote: é um puritano de uma perfeição inimaginável na época moderna; e, como profissional, é tamanho cientista, tão grande o seu conjunto de conhecimentos que se pode considerar um sábio. (...) A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao norte, o canal do Panamá; ao sul, o trabalho de Rondon - científico, prático, humanitário".
Paul Claudel, grande poeta francês, e embaixador da França no Brasil, disse: "Rondon, esta alma forte que se interna pelo sertão, na sublime missão de assistir ao selvagem, é uma das personalidades brasileiras que mais me impressionaram. Rondon dá-me a impressão de uma figura do Evangelho".
Cego e enfermo havia meses, Cândido Mariano da Silva Rondon agonizou no domingo, 19 de fevereiro de 1958, tarde ensolarada, de céu azul, em Copacabana. Recebeu extrema-unção e voltou-se para seu médico de cabeceira e disse:
"Viva a República! Viva a República..."
Foram suas últimas palavras, após 92 anos de vida inteiramente dedicada à sua Pátria, aos índios e às comunicações.
Texto extraído de Museu do Telefone - Companhia Lithographica Ypiranga - 1977

Um padre incrível, que conhecia eletricidade, que fazia em 1893 experiências extraordinárias tão avançadas quanto aquelas que Marconi apenas iniciava dois anos depois, merece que a história das telecomunicações lhe faça justiça. Seu trabalho, sua genialidade e, particularmente, seu sofrimento ante à incompreensão que cercou seus inventos estão narrados num livro do teatrólogo Ernani Fornari: "O Incrível Padre Landell de Moura".
Roberto Landell de Moura nasceu em Porto Alegre a 21 de janeiro de 1861. Estudou no Colégio dos Jesuítas. Sempre gostou tanto da Ciência quanto da Religião. Ordenou-se sacerdote em 1886, na capital do Rio Grande do Sul, depois de ter estudado por alguns anos na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde aprendeu Física e desenvolveu seus primeiros estudos sobre a "Unidade das forças físicas e a harmonia do Universo". Transferido de Porto Alegre para São Paulo em 1892, o padre Landell de Moura foi pároco em Campinas e em Mogi das Cruzes.
Na capital paulista, fez suas experiências extraordinárias, conseguindo, em 1893, transmitir sinais e sons musicais a uma distância de oito quilômetros, entre a Avenida Paulista e o Alto de Santana, num sistema de telefonia sem fios. E, na realidade, como provam seus desenhos e esquemas, foi ele o verdadeiro inventor da válvula de três pólos, ou tríodo, com a qual era possível modular uma corrente elétrica e transmiti-la, sem fios, a longas distâncias.
O mais triste em toda a história de Landell de Moura é que a incompreensão de seus contemporâneos, em lugar da glória, lhe trouxe o ridículo e a perseguição. Chamavam-no "lunático, louco, bruxo e diabólico". Nem os seus superiores religiosos foram capazes de apoiá-lo e chegaram a proibi-lo de continuar com suas "estranhas manias de inventar aparelhos elétricos e de tentar transmitir a voz a distância".
Os professores Nilo Ruschel e Homero Simon, do Departamento de Engenharia da PUC, referiram-se às descobertas do padre Landell de Moura de forma incisiva e entusiástica: "É impressionante como esse homem vivia adiante de sua época. Há afirmações em suas patentes relacionadas com o moderno sistema de microondas. É uma combinação exata da rede de telefonia - que já era bem desenvolvida no final do século passado - com as ondas hertzianas, o que é completamente original".
Algumas obras especializadas estrangeiras, embora sem citá-lo nominalmente, falam da importância dos trabalhos de um padre brasileiro, "precursor de Marconi na TSF" (telefonia sem fio) e na descoberta da válvula de três pólos (patenteada por Lee De Forest em 1906, nos Estados Unidos). Na realidade, há poucos documentos sobre os trabalhos científicos do padre Landell de Moura. Mas esses papéis, reunidos no livro de Ernani Fornari, são largamente suficientes para comprovar que suas idéias chegaram a ser efetivamente mais avançadas do que as de qualquer outro inventor ou cientista de sua época.
Landell de Moura, fugindo à incompreensão, viajou para os Estados Unidos em 1901, onde passou a enfrentar numerosas outras dificuldades (inclusive econômicas). No entanto, arquivou no Serviço de Patentes dos Estados Unidos (U.S. Patent Office) três inventos originais para "um transmissor de ondas", um tipo especial de "telégrafo sem fios" e outro de um modelo pioneiro de "telefone sem fios" - os quais ganharam as patentes de números 771.917, 775.337 e 775.846. Voltando ao Brasil, não encontrou apoio entre seus conterrâneos. Tentou fazer a demonstração de seus equipamentos em navios da Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro, mas não foi levado a sério. Conta-se que, quando um auxiliar do Presidente Rodrigues Alves lhe perguntou a que distância queria que os navios ficassem da costa, para a realização das experiências, o padre lhe respondeu: "A quantas milhas quiser, pois meus aparelhos podem funcionar a qualquer distância e poderão servir, no futuro, para comunicações interplanetárias". O pedido foi arquivado, sob a alegação de que a "Marinha tinha coisas mais importantes a fazer" do que se submeter a experiências de padres malucos. Era muita ciência para a época.
Texto extraído de Museu do Telefone - Companhia Lithographica Ypiranga - 1977

Johann Philipp Reis era professor alemão e dava aulas de física na Universidade de Friedrichsdorf.
Em 1861, projetou diversos aparelhos para a transmissão do som, especialmente musicais, baseado no princípio constatado pelo médico norte-americano Charles Grafton Page em 1837, de que a imantação e desimantação de um pedaço de ferro doce produzia um som peculiar, o que ele chamou de "música galvanica".
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Reis deu ao seu aparelho o nome de "telefone" - das Telephon , em alemão. Essa palavra já havia sido utilizada antes, em outros sentidos - por exemplo, para descrever tubos de comunicação . Mas o aparelho de Reis foi o primeiro "telefone" elétrico que conseguiu transmitir sons

Em 1860, Reis conseguiu transmitir música cantada a 100 metros de distância, por meio de um aparelho elétrico. Seu aparelho produziu uma enorme sensação.Possuía um transmissor e um receptor . O transmissor tinha uma membrana esticada - como a pele de um tambor - com uma lâmina metálica no centro. Bem próximo a essa lâmina, havia um contato metálico. A lâmina e o contato eram conectados a fios metálicos e a uma bateria. Quando se falava perto do transmissor, a membrana vibrava. A lâmina metálica batia em um contato metálico e produzia sinais elétricos. Quando a lâmina encostava no contato, passava dessa forma uma corrente elétrica e quando ela se separava, a corrente elétrica parava. Assim, se produzia uma corrente elétrica descontínua, que vibrava com a mesma freqüência do som que atingia a membrana do transmissor.
O aparelho de Reis era essencialmente um tipo de telégrafo - porém, a
Reis fez uma demonstração de seu aparelho na Sociedade Científica Alemã, em 1861. Foi possível ouvir uma música cantada por um cantor profissional que estava a 100 metros de distância. No entanto, somente era possível reconhecer a seqüência de sons musicais - as diferentes freqüências. O aparelho não reproduzia nem as variações de intensidade do som, nem as palavras cantadas, nem as características da voz do cantor. Era possível distinguir a voz de um homem da voz de uma mulher - a da mulher é mais aguda -, e reconhecer as notas musicais de uma melodia. No entanto, não se conseguia entender uma palavra.
Numerosas outras demonstrações de sons musicais foram feitas efetivamente por Reis. Mas era preciso que o som fosse sempre muito forte para manter a oscilação da corrente. Um som débil não movia a agulha. As demonstrações em conferências tornaram bastante conhecido o "telefone" musical do professor alemão, que chegou a considerá-lo apenas um "brinquedo filosófico" e permitiu sua fabricação e venda para demonstrações didáticas.
Pode-se dizer que Reis inventou o primeiro aparelho para transmitir sons à distância por meio da eletricidade, o qual, porém não transmitia voz à distância.
Bibliografia - MARTINS, Roberto - A Fundamentação da Telefonia através da História - Parte 1: Da Invenção ao Início do Século XX (pesquisa realizada para a Fundação Telefônica, em 2002)
- Museu do Telefone - Companhia Lithographica Ypiranga - 1977
o invés de enviar sinais batendo com o dedo sobre um interruptor, era a voz que fazia uma membrana vibrar e bater em um interruptor muito sensível.
Essa corrente elétrica era levada pelos fios metálicos até o receptor. Esse receptor era constituído por uma barra de ferro fina - semelhante a uma agulha de tricotar -, presa a uma caixa de ressonância. Em volta dessa barra de ferro eram enroladas muitas voltas do fio que vinham do transmissor. Quando os sons produziam vibrações no transmissor , a corrente elétrica vibratória produzia também vibrações de mesma freqüência na barra de ferro. A vibração da barra fazia a caixa de ressonância vibrar, e assim eram ouvidos sons com a mesma freqüência do som que atingir a membrana do transmissor.